quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ensino superior e sociedade atual

PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA | QUARTA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2013 | 

POR MIGUEL TIMÓTEO

Deverá o nosso sistema de ensino formar pessoas para um sociedade atual, ou simplesmente formar pessoas para uma sociedade ideal?
A sociedade madeirense tem presente na sua estrutura, o sistema de ensino como parte integrante e crucial para o seu desenvolvimento. Se olharmos bem, surgem algumas dúvidas para quem é direcinado, se para os alunos que por sua vez vão integrar uma sociedade futura, se para os docentes que pretendem manter os seus trabalhos. Devemos olhar para o sistema de ensino superior como algo que dê resposta às necessidades de uma sociedade, e não simplesmente como algo que forma pessoas abstratas para uma sociedade que precisa de algo objetivo.
Ainda não consigo entender como uma universidade com objetivos de formar pessoas em diversas áreas, continua a formá-las apenas para o desemprego (hoje em dia deve ser a profissão com mais inscritos, principalmente entre os jovens).
Com as alterações nos apoios à competição, e com o decréscimo na natalidade, a área de treino desportivo e o ensino de educação física, tornaram-se saídas profissionais pouco realistas para serem mantidas nos moldes atuais, mas mesmo assim continuam a ser formadas pessoas nestas áreas, ignorando àreas emergentes, no que diz respeito ao exercício físico, como o fitness. Porquê que isto acontece? Quando uma sociedade anseia por outras soluções, e depende de instituições como a universidade para as satisfazer, acho que esta deveria dar uma resposta mais coerente para com a realidade. Criar disciplinas e cursos porque temos especialistas nessas áreas, independentemente de serem áreas em extinção, ou com excesso de formados, privilegiando aqueles que têm lugares cativos e não pretendem assumir uma mudança, ou deixar que esta mudança aconteça. Tem que haver uma “rutura” neste sistema e criar um mais de acordo com o que precisamos.
Uma área em grande expansão, sendo das três áreas de maior desenvolvimento nos próximos anos em todo o mundo, é a área de atividade física de lazer, em especial em ginásios e health clubs. Para mim, o ensino deverá moldar-se com as necessidades de uma sociedade e não ser autista para com esta.
Poderá uma sociedade sobreviver em tempos de dificuldade como estes, onde as diferentes estruturas funcionam independentes umas das outras, quanto às suas necessidades e préstimos para com a sociedade? Enquanto esta mudança ou adaptação não acontecer, vamos continuar a assistir a situações de formados não conseguirem competir com aqueles que de formação empírica se enchem. Isto traz descrédito numa formação demasiado generalista como é a do Ensino Superior de Educação Física e que em nada ajuda no desenvolvimento de várias áreas incluíndo a do Fitness. Consequentemente, assistimos a uma proliferação dos imitadores de serviços e low-cost de forma mais sustentada, degradando cada vez mais a qualidade na área da prestação de serviços de atividade física.

O artigo de OPINIÃO publicado no Jornal da Madeira
Publicado no dia 17-07-2013
Veja aqui:

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